Pubblicazione dell’Associazione per l’Interscambio Culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi

Itália: a centro-direita entra em crise apesar da vitória nas eleições.

por andrea em quinta-feira, 1 de julho de 2010 às 11:39 Itália: a centro-direita entra em crise apesar da vitória nas eleições.

Os partidos que apóiam o governo Berlusconi venceram as eleições regionais de 28 e 29 de março, tirando da centro-esquerda o governo de Lazio, Calabria, Campania e Piemonte e se confirmando em Veneto e na Lombardia. A centro-esquerda continua com Liguria, Emilia Romagna, Marche, Toscana, Umbria, Puglia e Basilicata. Em 2008 a centro-direita conquistou a vitória em Abruzzo na eleição antecipada, motivada pela prisão do presidente Ottaviano Del Turco acusado de corupção; a centro-esquerda também perdeu o governo em Molise (2006), Friuli Venezia Giulia (2008) e Sardegna (2009). Aprofundamos (acompanhe a tabela) os resultados das 13 regiões onde se votou.

Em primeiro lugar, se destaca o baixo percentual de votantes, 63,6%, em comparação aos 71,5% de 2005 e 80,7% nas eleições de 2008. O bloco de centro-direita obteve 48,3% com o Povo da Liberdade, que alcançou 31,4% (- 5,2% em comparação com as políticas); o bloco de centro-esquerda obteve 43,3% com o Partido Democrático, que recebeu 27,4% (- 6,7% em comparação com as políticas). Foi bom o resultado da Liga Norte, 12,3% (+ 2,8% sobre as políticas), que elegeu os governadores de Veneto e Piemonte e se destacou como o verdadeiro vencedor na aliança de centro-direita. Itália dos Valores conquistou 7% (+ 2,7%); a esquerda (Federação da esquerda, Esquerda, ecologia e liberdade; verdes) obteve 6,4% (+3,3%) e reelegeu o governador Niki Vendola na Puglia; a União de Centro obtem 5,6%, com 0,3% a mais das eleições políticas, depois de se apresentar de forma diferenciada no território, se aliando em algumas regiões com o PD, em outras com o PdL e se apresentando sozinha nas remanescentes. As chapas inspiradas no ator cômico Grillo obtiveram 1,7% e foram decisivas para a derrota da centro-esquerda no Piemonte.

Um dado que se destacou na campanha eleitoral foi a multiplicação das chapas, seja tanto fora como dentro dos dois blocos principais, aglutinados ao redor do PdL e do PD. Apesar do resultado das eleições, a centro-direita entrou em crise; Gianfranco Fini, ex-líder da Aliança Nacional, o partido pós-fascista inserido no Povo da Liberdade, proporcionou uma leitura diferente do êxito eleitoral – sublinhando o crescimento dos votos da Liga Norte e a diminuição daqueles do PdL – e elencou os seus motivos de divergência com Berlusconi: justiça e posicionamento frente aos juízes, emergência econômica, integração dos imigrantes, federalismo fiscal. Talvez não se trate de uma diferente pauta programática, mas é algo parecido.

A briga na centro-direita, na reunião da direção nacional do partido Povo da Liberdade, foi transmitida on line e, depois, repetida e amplificada em todas as transmissões televisivas dedicadas à atualidade, os chamados talk shows, que de fato transformaram o debate político numa “peça de teatro” realizada fora do parlamento. Berlusconi, pouco acostumado à discussão – conhecida a sua visão de “somente um homem no comando” e do “partido empresa” – ameaçou o rebelde Fini, percebendo tarde demais que na centro-direita tinha surgido um verdadeiro contraste estratégico, opiniões diferentes sobre o futuro.

E as perspectivas são preocupantes: a crise econômica e financeira global do final de 2008, originada pela bolha imobiliária americana, afetou gravemente a Itália e o governo não adotou medidas eficazes anticíclicas de recuperação da economia, sustentando salários, rendas e empresas. Assistimos agora um ataque especulativo contra o euro – e de fato contra a União Européia – depois da crise grega. Seria necessário, além da resposta emergencial, pensar em como fortalecer a União Europea transferindo para a mesma parte importante das políticas econômicas executadas pelos estados nacionais; e neste exato momento na Itália, com a pressão da Liga Norte, se pensa em fazer o caminho oposto, entregando para as regiões maiores poderes orçamentários.

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